O Palacete da Avenida da Boavista, carinhosamente conhecido como a Casa das Andorinhas, é uma joia histórica que remonta ao início do século XX. A sua construção remonta a 1902, sendo originalmente encomendada por José Zagalo Ilharco (1860-1910), um fotógrafo amador de renome, natural de Lamego. Reconhecido e premiado em âmbito nacional e internacional, Zagalo Ilharco dedicou-se especialmente à fotografia de paisagens, mas também registrou retratos de familiares, amigos e os ambientes que marcaram sua vida.
Como amante da natureza, José Zagalo Ilharco mandou plantar as árvores que ainda hoje caracterizam o jardim do palacete, integrando a arquitetura da casa à sua paixão pela beleza natural. No entanto, sua vida foi interrompida precocemente aos 50 anos, no Porto, em 1910, levando os herdeiros a venderem a propriedade.
Em 1914, o imóvel ganhou um novo proprietário, Manuel Alves Soares, um influente capitalista com ligações a diversos empreendimentos de destaque, como o jornal “O Primeiro de Janeiro” e a Empresa Fabril do Norte. O novo proprietário iniciou obras de ampliação e embelezamento, transformando a casa na forma como a conhecemos atualmente. O palacete, com sua imponente torre de telhado verde e elementos decorativos elaborados, passou a refletir o estilo refinado e a visão do novo dono.
Manuel mudou-se para o local com sua esposa. Apesar de não terem filhos, o casal adotou um sobrinho, que viveu na propriedade e constituiu sua própria família ali. Ao longo do tempo, a casa foi testemunha de gerações, sendo habitada pelos descendentes deste sobrinho, que teve seis filhos.
Hoje, a Casa das Andorinhas é um símbolo de tradição e beleza arquitetônica, mantendo viva a memória de seus antigos moradores e o espírito do cuidado e amor que marcaram sua história.












